Autor: Bartolomeu Campos de Queirós
Ilustrações: Alfonso Ruano
Editora: SM
Muitos filósofos, matemáticos, físicos e poetas elegem o tempo como material de investigação em suas obras. Em Tempo de voo, Bartolomeu Campos de Queirós também resolveu se debruçar sobre este tema pouco palpável e tão enigmático. A partir do diálogo entre um homem e um menino, o autor proporciona ao jovem leitor a reflexão não apenas sobre a passagem do tempo, como também sobre a infância e o envelhecimento, sobre a memória e os sonhos, sobre a fantasia e a realidade, sobre a vida e a morte.
O grande protagonista do livro, entretanto, é mesmo o tempo, que assume várias formas: ele é invisível, mas tem mãos, barriga, coração e pés de galinha; é ligeiro e intocável, insone e aventureiro, frágil e amedrontador; é fio, é flor, é relógio, é sol; ele faz cócegas, desbota as asas da borboleta, dá presentes, morde e assopra; e é também amigo e terno, embora tenha seus caprichos. São inúmeras as metáforas usadas pelo autor para descrever o tempo, este senhor tão bonito.
Inspiradas no surrealismo, vanguarda artística do início do século XX, as impressionantes ilustrações de Alfonso Ruano acompanham o clima do texto. Elas remetem a um mundo fantástico e onírico, onde pontos de interrogação flutuam, uma casa-cérebro inflável destaca-se na paisagem desértica, os personagens se transmutam, um copo d’água gera uma nuvem, entre muitas outras imagens do inconsciente. O tempo, o sonho, a experiência, a ingenuidade, o velho e o novo se amalgamam irremediavelmente provocando no leitor uma sensação de estranhamento permanente.
Prêmio Glória Pondé, concedido pela Biblioteca Nacional a obras infantis e juvenis
Assista ao escritor e poeta Bartolomeu Campos de Queirós lendo o Manifesto por um Brasil literário e falando sobre a importância da leitura da literatura:
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